Falta de leitos de UTI neonatal em BH é tema de audiência pública
Nova audiência será marcada para dar continuidade à discussão

A Comissão de Saúde e Saneamento realizou audiência pública nesta terça-feira (22/10) com o objetivo de discutir a falta de leitos de UTI neonatal em Belo Horizonte. O requerente da audiência, vereador Doutor Nilton (PSB), afirmou que o debate será retomado em nova audiência ainda sem data marcada.
De acordo com a Gerência de Regulação e Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 154 leitos de UTI neonatal na cidade, enquanto a rede privada conta com 115 vagas. Ainda segundo a Prefeitura, a capital, como cidade polo, tem a função de receber casos de alto risco de outros municípios, entretanto, dada a falta de estrutura no interior do estado, o número de pacientes transferidos para Belo Horizonte é superior ao pactuado pela rede de saúde, causando o déficit de vagas na capital.
Quando analisada a oferta de leitos de UTI adulto e infantil na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é verificado um déficit de 87 vagas; já na macrorregião centro, da qual Belo Horizonte faz parte e que abarca uma população superior a seis milhões de habitantes, o déficit é de 286 vagas.
Para solucionar o problema, a gerente de Controle e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, Ester Cardozo Dias, defendeu a descentralização das ações e serviços de saúde, dotando as cidades do interior de recursos humanos e físicos para atender à demanda local.
Doutor Nilton chamou a atenção para a precariedade no atendimento à gestante em alguns municípios da RMBH. Em Ribeirão das Neves e em Santa Luzia, o funcionamento das maternidades é intermitente. Já em Sabará, a situação é mais grave: as maternidades estão fechadas. Segundo o vereador, esta falta de estrutura no interior é um dos principais fatores a sobrecarregar a rede de atenção obstétrica e neonatal em Belo Horizonte.
Outro problema que agrava a falta de leitos de UTI neonatal é o tempo de espera para a realização de cirurgias em recém-nascidos. Doutor Nilton salientou que algumas crianças chegam a ficar cerca de um mês na UTI neonatal aguardando atendimento cirúrgico em decorrência da falta de vagas para cirurgias.
O déficit de pediatras é outro desafio vivido pelo setor, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Hospitais como o Odete Valadares e o Julia Kubitschek, da rede Fhemig em Belo Horizonte, se encontram subutilizados em decorrência da dificuldade na contratação de médicos. Maternidades do interior do estado vivem o mesmo problema.
Os vereadores Dr. Nilton e Wellington Bessa “Sapão” e a Secretaria Municipal de Saúde defendem mais eficiência na gestão do Sistema Único de Saúde nos níveis federal, estadual e municipal, de maneira a promover ganhos de planejamento e integração, que garantam às cidades da macrorregião de saúde da qual Belo Horizonte faz parte a estrutura necessária para o atendimento dos casos de média e de baixa complexidade, sem a necessidade de deslocamento até a capital. A descentralização no atendimento iria desafogar o sistema de saúde da capital, evitaria os riscos à saúde do paciente que são inerentes às viagens entre municípios e, ainda, eliminaria gastos com transporte, dando mais racionalidade ao sistema.
Assista aqui à reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional