Construção de heliponto preocupa moradores do Santo Agostinho

A possibilidade de instalação de um heliponto no Bairro Santo Agostinho tem causado insatisfação entre os moradores da região. Em audiência pública realizada hoje na Câmara Municipal, eles se mostraram apreensivos com eventuais problemas que o empreendimento pode trazer, como a poluição sonora e o risco de acidentes. Representantes da empresa que executa a obra, a PHV Engenharia, afirmaram que a construção segue as exigências legais. Promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Politica Urbana nesta quinta-feira (1º/8), a reunião foi requerida pela vereadora Elaine Matozinhos (PTB).

Em construção na Rua Matias Cardoso, o edifício (foto abaixo) conta com oito andares de salas comerciais além de um terraço, que segundo o site da empresa abrigará um heliponto. De acordo com representantes do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) e da Prefeitura, a construção do edifício é regular, mas a instalação do espaço de pouso para helicópteros ainda não foi licenciada.

Segundo Paula Barros, advogada da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Santo Agostinho, o barulho e a ameaça à segurança são os aspectos que mais causam preocupação. Os riscos de acidentes seriam agravados pelo fato de que o prédio que vai receber o heliponto é mais baixo que vários dos edifícios que o cercam, além de estar muito próximo deles, o que poderia dificultar os pousos e decolagens.

Ainda de acordo com Paula Barros, pesquisa realizada pela associação de moradores indicou que 88% dos membros da comunidade são contrários à instalação do equipamento. Contribui para isso o fato de que já existem outros dois helipontos na região, o que supostamente supriria a demanda por equipamentos do tipo.

Posição de empresa

Hélcio Neves, gerente de licenciamento da PHV Engenharia, afirmou que as obras em andamento, bem como desdobramentos futuros, associados à eventual construção do heliponto, vão seguir as exigências da legislação em vigor, tanto do ponto de vista da regulação urbana quando das normas de tráfego aéreo. Estudos de impacto ambiental e de impacto na vizinhança serão realizados como forma de adequar o empreendimento às exigências do Compur e demais órgãos regulatórios.

Legislação

Para o vereador Pablito (PSDB), os debates ocorridos na audiência pública desta quinta-feira são um sintoma do crescimento da cidade. Segundo ele, as transformações decorrentes do desenvolvimento do município exigem uma maior reflexão sobre a legislação vigente, bem como sua adaptação às demandas colocadas por todos os agentes envolvidos – empreendedores e membros das comunidades afetadas.

Já vereadora Elaine Matozinhos se mostrou preocupada com os eventuais transtornos que o heliponto pode trazer para o sossego e para a segurança dos moradores do bairro. A parlamentar, que preside a Comissão, afirmou que, em atenção às demandas populares, vai acompanhar de perto as decisões da Prefeitura no tocante ao licenciamento e ao andamento da obra.

Outras deliberações

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana aprovou ainda, na reunião de hoje, a realização de três audiências públicas. No dia 5 de setembro, o colegiado vai discutir com representantes do poder público e da sociedade civil os atropelamentos ocorridos no Bairro Serra Verde, em decorrência da falta de passarela entre os quilômetros 15 e 16. A reunião foi requerida por Elaine Matozinhos.

As outras duas audiências foram propostas pelo vereador Leonardo Mattos (PV). No dia 8 de agosto, a Comissão vai discutir a situação dos lotes vagos e invadidos nas imediações do Parque da Matinha, no Bairro União. No dia 22 do mesmo mês, será a vez de debater a regularização do Bairro Etelvina Carneiro, região Norte da capital.

Participaram da reunião desta quinta-feira, entre outros, os vereadores Elaine Matozinhos, Jorge Santos (PRB), Pablito, Marcelo Aro (PHS) e Iran Barbosa (PMDB), além de moradores do Bairro Santo Agostinho e representantes do Compur, da Prefeitura, da Infraero e da PHV Engenharia.

Superintendência de Comunicação Institucional